
Trump Remove Tarifas de 40% sobre Produtos Brasileiros: Uma Vitória da Diplomacia com Lula
Em um movimento que sinaliza o fortalecimento das relações bilaterais entre Estados Unidos e Brasil, o presidente Donald Trump assinou uma ordem execu...
Em um movimento que sinaliza o fortalecimento das relações bilaterais entre Estados Unidos e Brasil, o presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva que elimina as tarifas de 40% impostas a diversos produtos agrícolas e industriais brasileiros. A medida, anunciada nesta semana, cita explicitamente conversas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como fator decisivo para a revisão das políticas comerciais. Essa decisão não apenas alivia a pressão sobre exportadores brasileiros de itens como café, carne bovina e frutas, mas também abre portas para negociações mais amplas em um contexto de tensões globais no comércio internacional. Com efeitos retroativos a 13 de novembro, a ordem representa um alívio imediato para o setor agropecuário brasileiro, que enfrentava barreiras significativas desde julho deste ano.
A remoção das tarifas chega em um momento crucial para a economia brasileira, que depende fortemente das exportações para os EUA. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os Estados Unidos são um dos principais destinos para o café e a carne brasileiros, representando cerca de 15% das exportações totais desses produtos. Essa ação executiva de Trump não só corrige uma medida protecionista anterior, mas também reforça o compromisso com o diálogo diplomático em tempos de incertezas econômicas globais.
Detalhes da Ordem Executiva e os Produtos Afetados
A ordem executiva assinada por Donald Trump revoga as tarifas de 40% que haviam sido impostas em julho de 2025, como parte de uma resposta a supostas práticas comerciais desleais identificadas no Decreto Executivo 14323. Essa medida inicial visava proteger a agricultura americana, mas acabou impactando negativamente parceiros como o Brasil. Anteriormente, em abril, os EUA já haviam anunciado uma tarifa básica de 10% sobre importações de diversos produtos agrícolas de múltiplos países, incluindo o Brasil. Na semana passada, essa tarifa de 10% foi removida para itens específicos, pavimentando o caminho para a eliminação total das barreiras mais altas.
O documento oficial, publicado pela Casa Branca, é retroativo a 13 de novembro de 2025, garantindo que exportações realizadas a partir dessa data não sofram as penalidades. A lista de produtos beneficiados é extensa e abrange tanto itens agrícolas quanto industriais, demonstrando o escopo amplo da revisão. Entre os principais afetados estão:
- Produtos agrícolas básicos: Café, chá, especiarias, frutas, nozes, vegetais, raízes e tubérculos, como bananas e tomates.
- Proteínas animais: Carne bovina e outros cortes de carne, que representam uma fatia significativa das exportações brasileiras para os EUA.
- Alimentos processados e bebidas: Produtos derivados de cacau, como chocolates, e bebidas à base de café ou chá.
- Outros setores: Fertilizantes, minérios e minerais, combustíveis fósseis, petróleo e seus derivados, ampliando o impacto para além da agricultura.
Essa remoção integral das tarifas de 40% é vista como um passo estratégico. Analistas do Instituto Brasileiro de Economia (IBGE) estimam que a medida pode aumentar as exportações brasileiras em até 25% no próximo ano, injetando bilhões de dólares na economia nacional. No entanto, a ordem também impõe condições, como a continuidade de negociações para monitorar práticas comerciais, o que sugere que o alívio é condicionado a compromissos mútuos.
Para contextualizar, as tarifas de 40% foram introduzidas em um cenário de escalada protecionista nos EUA, influenciado por pressões internas do setor agropecuário americano. O café brasileiro, por exemplo, compete diretamente com produtores de estados como a Flórida e a Califórnia, mas a qualidade superior e os volumes exportados justificaram a revisão após diálogos bilaterais.
O Papel Crucial das Conversas Diplomáticas entre Trump e Lula
As negociações que culminaram nessa ordem executiva foram impulsionadas por contatos diretos entre os líderes dos dois países. Em 6 de outubro de 2025, o presidente Lula participou de uma conversa virtual com Donald Trump, durante a qual ambos concordaram em iniciar diálogos formais para abordar as preocupações levantadas pelo Decreto Executivo 14323. Segundo o comunicado oficial da Casa Branca, essa interação foi pivotal, destacando a importância do "diálogo franco" para resolver disputas comerciais.
Um marco nesse processo foi o encontro entre o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, realizado em 13 de novembro na sede do Departamento de Estado, em Washington. Vieira saiu otimista da reunião e previu, corretamente, um anúncio iminente sobre as tarifas. "Acreditamos que um acordo está ao alcance, e o Brasil está comprometido com práticas comerciais justas", declarou o ministro aos jornalistas presentes.
O presidente Lula não poupou elogios à medida. Em declaração oficial, ele descreveu a remoção das tarifas como "uma vitória do diálogo, da diplomacia e do bom senso". Lula expressou sua felicidade e estendeu um convite pessoal a Trump para visitar o Brasil, afirmando: "Ele está convidado para vir e conversarmos pessoalmente sobre como fortalecer nossas parcerias". Essa retórica positiva reflete uma estratégia brasileira de priorizar a cooperação, especialmente em um ano marcado por eleições nos EUA e instabilidades globais, como a guerra na Ucrânia e a inflação persistente.
Especialistas em relações internacionais, como o professor Carlos Pereira da FGV, destacam que essa abordagem diplomática contrasta com episódios anteriores de tensão, como as tarifas impostas durante o primeiro mandato de Trump em 2018. "O envolvimento direto de Lula, com sua experiência em negociações internacionais, foi essencial para desarmar o protecionismo", analisa Pereira. Além disso, o Brasil tem se posicionado como um aliado confiável nos fóruns globais, como o G20, o que facilitou essa resolução.
Impactos Econômicos e Perspectivas Futuras para o Brasil
A eliminação das tarifas de 40% terá repercussões profundas na economia brasileira, particularmente no setor agroexportador, que responde por cerca de 25% do PIB nacional. O café, um dos produtos mais icônicos do Brasil — maior produtor mundial com mais de 3 milhões de toneladas anuais —, verá um impulso imediato. Exportadores como a Cooperativa de Cafés do Cerrado, em Minas Gerais, relatam que as tarifas anteriores reduziram margens de lucro em até 30%. Com a remoção, espera-se uma recuperação rápida, beneficiando milhares de pequenos produtores.
No caso da carne bovina, o Brasil é o segundo maior exportador global, e os EUA representam um mercado premium. A tarifa de 40% havia encarecido os produtos brasileiros, favorecendo concorrentes como a Austrália. Agora, com barreiras removidas, associações como a Abiiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne) projetam um aumento de 20% nas vendas para os EUA em 2026. Outros itens, como frutas e vegetais, também ganharão competitividade, diversificando as exportações e reduzindo a dependência de mercados asiáticos voláteis.
No entanto, nem tudo são flores. Economistas alertam para desafios persistentes, como a inflação nos EUA, que pode afetar a demanda por importações, e a necessidade de o Brasil investir em sustentabilidade para manter credibilidade. O governo Lula planeja usar os ganhos para programas de modernização agrícola, incluindo tecnologias de rastreabilidade para atender padrões americanos rigorosos.
Em termos mais amplos, essa medida fortalece a posição do Brasil em negociações comerciais multilaterais. Com a remoção das tarifas, abre-se espaço para um possível acordo bilateral mais abrangente, potencialmente incluindo áreas como tecnologia e energia renovável. Analistas do Banco Mundial preveem que, se as negociações em andamento prosperarem, o comércio bilateral pode crescer 15% nos próximos dois anos.
Conclusão: Um Novo Capítulo nas Relações Brasil-EUA
A ordem executiva de Trump, ao citar explicitamente as conversas com Lula, marca um ponto de virada nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Essa vitória diplomática não só remove barreiras tarifárias que ameaçavam o setor agropecuário brasileiro, mas também reforça a importância do multilateralismo em um mundo fragmentado pelo protecionismo. Para o Brasil, representa uma oportunidade de consolidação econômica, com benefícios diretos para produtores rurais e indústrias processadoras.
Enquanto as negociações continuam, o otimismo de líderes como Lula e Vieira sugere que mais avanços estão por vir. Em um cenário global de incertezas, ações como essa lembram que o diálogo pode superar barreiras, pavimentando o caminho para parcerias mutuamente benéficas. O convite de Lula a Trump para uma visita pessoal é um gesto simbólico que pode catalisar essa nova era de cooperação, beneficiando não apenas economias, mas também a estabilidade internacional.





